segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Resenha do texto teatral "Édipo REI"



Como pode algo escrito a dois mil anos ser inebriado por tanta contemporaneidade?Assim é a tragédia grega, e na peça teatral “As bacantes” de Eurípides, não podiam ser diferentes, trata-se da historia do deus Dionísio que segundo o autor era filho de Zeus, deus dos deuses e da humana Sêmele, quando o romance foi descoberto pela deusa e esposa de Zeus Hera, ela tratou de dar fim a amante, utilizou-se do afeto que o soberano rei tinha por Sêmele e a persuadiu a pedir a Zeus que mostrasse a sua aparência de deus que era a de um poderoso raio, ele não mensurou que isso poderia matá-la, mas Hermes salvou o filho dos amantes do ventre da materno,  antes da trágica morte, e o entregou ao pai que terminou de gerar o fruto de seu amor proibido em sua coxa.


 Dionísio não teve o reconhecimento como filho verdadeiro Zeus por parte de  família humana de sua mãe, então cheio de ódio e desejo de vingança por a morte de sua mãe, que foi tida como mentirosa por Cádimo e toda sua família e teve a morte como castigo, os mesmo também não lhe prestava culto e nem o reconhecia como um deus, ele saiu  a peregrinar por a Ásia, foi lá que ele consegui rebanhar suas discípulas, as ‘bacantes’ . Dionísio hora visto como touro, hora como serpente tinha o poder de mutação, declara guerra a Penteu que havia proibido toda Atenas a prestar culto a Dionísio, o destino fatídico de Penteu que proibia com veemência o culto a Dionísio, foi ser destruído em pedaços por as ardilosas bacantes, e ter sua cabeça apresentada por sua parenta que sobre efeito da magia das bacantes participou da carnificina de Penteu, que pagou com a vida por sua empáfia contra Dionísio, raiva e fúria , e sede de vingança, são elementos pertinentes nas falas dessa peça, especialmente quando se tratou de Penteu e Dionísio, onde o  poderoso filho de Zeus que  manifestou toda sua intolerância , lavando a honra da mãe e a sua diante de todo o povo tebano.  
 Como em uma novela é possível conhecer o cotidiano de um povo, tal qual sua cultura, política, e até mesmo conhecer o tempo histórico que se passa, assim é também no teatro grego, através de suas história, patrimônio herdado por toda humanidade, conhecemos a cultura, a religião, tradições que o mundo ocidental condenou como pagãs devido ao etnocentrismo e seus interesses políticos .Como seria o mundo se o domínio cristão não tivesse se propagado? Nunca saberemos, mas talvez o teatro ao ar livre ainda seria nossa maior marca.
As bacantes do escritor Eurípedes, a exemplo de “Sete contra Tebas” de Ésquilo, também foi ganhadora do festival religioso a Dionísio, na peça é encenada a história  desta tão prestigiada divindade, onde Dionisio em pessoa narra sua trajetória. Os gregos viviam numa época em que as orgias e embriagues tanto eram permitidas como estimuladas e faziam parte dos festivais religiosos, juntamente com as peças teatrais assim eram os festivais de Dionísio . O desejo de vingança que é tão conhecido de todos nós, move essa história, Eurípedes também destaca o poder místico imbuído na figura pandoriana feminina  (referencia a caixa de pandora, que  segundo o texto de Gisele Pereira da Mota, era relacionada a origem da mulher para os gregos), suas seguidoras, poderosas sacerdotisas, que dançavam meio a floresta envolvidas em um tranze que as tiravam de sua consciência e as sublimavam a um êxtase, e eram totalmente  controladas pelo o adorado Diniosio,  lembram a figura das bruxa do escritor e mago dos nossos tempos Paulo Coelho, elas eram guardiãs do poder de Dionísio , e eram guardiãs de seus mistérios, toda essa força da imagem feminina, para Eurípides tinha suas raízes primeiramente no dom feminino de gerar vida e do dom divino de alimentar em seu seio suas descendência.


Um comentário:

  1. Parabéns pela sua resenha muito bem elaborada!
    Gostaria de ter feito uma dessas no minimo parecida rsrsr!! ate mais ...

    ResponderExcluir