segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Resenha do texto teatral "Ricardo III'



                               Semana o6 – Ricardo III
    Sem dúvida uma das melhores formas de viajar no tempo é um bom livro, e se o condutor da jornada de leitura for o conhecido e aclamado Shakpear é garantia de terminar a viagem com uma boa bagagem histórica e impressionado o que foi lido.
  Sim! Podemos ficar perplexos, por mais que o Brasil se apropriou tão bem do termo corrupção não fomos os inventores dessa tão miraculosa e multifacetária invenção, shakpear já abordava o tema em suas aclamadas peças a mais de mil anos atrás.  A “peça “Ricardo III” está recheada de temas contemporâneos destacamos: a política e a corrupção (que de tão associadas parecem siamesas), inveja e poder, mentira e manipulação” entre os diversos pontos abordados nessa bela e medieval obra. Personagens psicologicamente bem elaborados, onde o mal se personifica através da figura de um lendário rei, Ricardo III.
  Sua personagem , uma figura deformada , na qual o Shakspear se utiliza dessa deformação para dar a personagem de Ricardo um asco ainda maior pela sua presença, ou talvez simplesmente para evidenciar ainda mais a sua deficiência moral  e psicopata, deficiência que é por ele  lamentada neste trecho extraído da obra:
Mas eu, que não fui moldado para jogar nem brincos amorosos, nem feito para cortejar um espelho enamorado. Eu que rudemente sou marcado, e que não tenho majestade do amor para me pavonear diante de uma musa furtiva e viçosa, eu que sou privado da harmonia da proporção, erro de formação, obra da natureza enganadora , disforme, inacabado, lançado antes do tempo para esse mundo que respira, quando muito meio feito e de tal modo imperfeito e tão fora de estação, que os cães ladrão quando passo, coxeando, diante deles.
   A personagem em seus monólogos demonstra toda sua inveja e indignação com a natureza divina que o moldou com deformidade, o Duque de Gloucester é constantemente perturbado por uma inveja doentia do amor e da pureza de sentimentos, sua fala reflete a maldade que povoa seu coração criminoso, e já que não tem o amor como distração para preencher seus dias de ócio, pois seu país não se encontra envolvidos em nenhuma guerra ou batalha, passa seu tempo a planejar estratagemas para tomar posse do poder e passar de duque a rei, utilizando-se dos caminhos da conspiração e corrupção.
Naquela época a monarquia se valia do álibi da escolha divina para sucessão da realeza, já que foi pelos desígnios de Deus pai, sábio e poderoso, que o sangue real  corria nas veias do primogênito e de suas descendências, sendo assim a escolha do rei era unicamente divina,  era Deus que os escolhia e  lhes dava o direito de reinar sobe as nações, pelo menos era isso que eles queriam que o seus súditos pensassem. Através de uma trama diabólica do duque Ricardo ao rei e aos herdeiros naturais do trono ele  chega ao poder, e é esse desejo de poder, que é tão exaltado na peça que  faz do rei Ricardo um ícone entre os vilões já criados pelos autores, seu caráter psicopata, assassino, cruel, vil, amoral e acima de tudo manipulador, leva os leitores do texto, tal qual os espectadores da peça a desejarem juntamente com a rainha mãe que toda a maldade que é praticada por ele venha de encontro a sua própria sorte. Aliás, a rainha se figura no texto como uma voz que grita no consciente e inconsciente do rei Ricardo, pois suas falas permeiam trechos decisivos do texto, ela destaca nas cenas o desgosto e a dor de quem gerou, pariu e amamentou, e criou a personificação do mal, aqui representada na figura do maldoso rei Ricardo, sua presença traz a referencia da verdade ao texto como uma bandeira que é erguida para que todos(inclusive o rei Ricardo) tenham uma referencia da verdade quando a mesma é subentendida pela maldade, mentira e injustiça praticadas por o nosso vilão.
A histórica cena em que Ricardo III, persuade e seduz a recém viúva de seu irmão, Ana, ainda nos preparativos fúnebres, com seu marido que nem ao menos havia sido enterrada, a colaborar com suas tramas, tal atitude demonstrando o imenso poder de manipulação tal qual a complexidade psicológica do duque, imaginamos que Ana submete-se a Ricardo para que possa com isso lucrar de alguma forma, com uma confortável posição na família real e ou até como a amante do evolvente Ricardo, que se dizia apaixonado por ela , e até culpa sua beleza pela inveja que tinha do já morto irmão, sem muito esforço ele transforma ódio em simpatia, de qualquer forma estaria ela protegida por o rei Ricardo , Ana talvez teria em seu pensamento que a posição de aliada traria mais sorte a sua vida do que a de opositora ao poder do rei Ricardo.
O trágico fim de Ricardo se dá em campo de batalha, mais antes da batalha o rei é avisado em sonho de sue triste fim, um sonho povoado dos fantasmas que ele mesmo conduziu ao purgatório. A complexidade das personagens, aliada a linguagem erudita  do texto, faz da peça Shakpear um belo clássico da literatura inglesa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário